quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009




As pessoas que acompanham o “Sente-se por favor”, perceberam que publico capas de filmes como sugestão e principalmente como referencia ao tema abordado. Seja ele ficcional ou factual. Sendo assim, todas as capas são selecionadas após a escrita da crônica e não posterior, para não perder o foco do objeto. Tantas leituras e escritas me deram um senso de direção importante, o qual tento fazer de minhas crônicas uma conversa de bar. Um encontro no supermercado.
Estou a dias pensando em como escrever sobre a corrupção, tentando encontrar uma maneira de não parecer simplório, não deixar o meu senso-comum falar enquanto escrevo. Mas está difícil - a corrupção rebaixa nosso palavreado quando pensamos nela - e, perante esta dificuldade encontrei uma antiga crônica a qual eu havia escrito há alguns anos atrás, sobre a deputada federal Ângela Guadagnin (PT-SP), e sua dança canalha. A foto abaixo vai refrescar suas memórias.








“Quem dança seus males espanta (ou não)”

por: Rafael Costa

Dançar. “Movimentar o corpo seguindo o ritmo musical”. Esta era a descrição do verbo dançar até o dia 23 de março de 2006, quando uma deputada federal resolveu reinventar o movimento corporal acompanhado por sons. Agora não mais é preciso haver música para dançar. A impunidade tornou-se canção para os ouvidos de seres como a “deputada dançarina” fazer da câmara o seu salão de festas e de seus nobres companheiros de profissão, felizes admiradores do rebolado infame.
A harmonização começa com um discurso veemente, seguido de um refrão de votos proveitosos, tendo como melodia a corrupção política. Proponho de imediato a criação de uma nova banda. Seus integrantes terão salários exorbitantes, regalias e patrocínio oficial do Governo Federal. A câmara dos deputados será palco dos seus maiores espetáculos. Estive até pensando em convidar a respeitada deputada para participar do Festival de Dança de Joinville. Concorrendo na categoria “desprezível” e apresentando sua coreografia, “O povo que se dane”.
A população brasileira não merece tamanho desrespeito e humilhação. Nada justifica a ação da deputada. Contudo, justificará a reação da opinião pública, ou seja, sua comemoração será vossa sentença. Infelizmente não acredito em qualquer punição para a “bailarina petista”. Acredito apenas na indignação nacional, no ditado “aqui se faz, aqui se paga”. A urna será seu caixão para o funeral de sua morte política.


Obs: Ângela Guadagnin tentou a reeleição, mas seu saracotear não foi aceito pelo eleitorado paulista.

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