quarta-feira, 10 de março de 2010

Remédio Para a Alma


Sim. Não me faça chorar por você. Minha coragem por ti é tão grande quanto a minha vontade de fugir. Ontem quando te encontrei pela terceira vez, pude perceber o valor da vida. O custo de um coração disparado. O sentido de direção mais indicado para se ter uma razoável passagem pelo globo que nos consome tão lentamente.
Deveríamos viver tempo suficiente para entender momentos como o de agora. Ver você e sentir a presença da existência. Perceber o quanto sou grato por isso. A partir deste instante nada mais será como antes, acho que até o passado se transformará. Quem nasceu até este crucial momento sentiu o frescor do desejo passar na ponta do seu nariz achando que era apenas a brisa do entardecer.
Minhas pretensões para com o restante de sua vivência será devastador como um tornado passando sobre a cidade das ilusões. Nada mais terá começo, meio e fim. Tudo se acaba por aqui e renasce uma nova era. Seremos como a terra à espera de água, para fazer brotar deste chão exclusivamente sorrisos....

Toc, toc, toc!
- Quem é?
- Sou eu...!
- Entre, está aberta!
- O que está fazendo?
- Tentando ultrapassar a fronteira entre a culpa e o medo.
- Tenho um bom remédio para isso...!
- Sei!
- É verdade. Já experimentei!
- Então fala qual é...!
- Quanto tem de dinheiro ai?
- Não sei, acho que uns 300 reais.
- Ótimo, me dá aqui que vou comprar o medicamento e te trago rapidinho!
- Legal, mas não demora. Tenho uma reunião em duas horas.
- Deixa comigo, não vai se arrepender...! (gargalhada)

Uma hora depois.

- Não bate mais na porta?
- Desculpe, estou me sentindo mais poderoso.
- E posso saber porquê?
- Trouxe o seu remédio.
- Ótimo, me de que preciso ir tomar banho...!
- Aqui está...!

O barulho do tiro ecoou pelo apartamento sombrio do 20º andar. Não demorou muito para que o sangue escorregasse sobre o a assoalho desgastado. A paz foi renovada naquele ambiente poeirento. Contudo, os gritos da vizinhança formavam ruídos de alerta. Algo estava errado, mas ninguém se prontificou a entrar até a chegada da polícia. A porta foi aberta e o silêncio voltou a imperar. Passo a passo adentravam rumo ao desconhecido. O anuncio é feito. Suicídio.
O corpo é retirado e levado ao IML. O legista o examina e determina o motivo da morte: Homem, caucasiano, sem fraturas ou lesões por briga. Morreu com um tiro certeiro na cabeça. O coração e pulmões estavam dilatados o que sugere morte por causas desconhecidas, pois estes órgãos se alargam apenas quando a vítima sofre de dúvida seguida por medo. Portanto, a causa especifica da morte é Súcubo (Espírito feminino que pelas noites vem copular com um homem, perturbando-lhe o sono).

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi irmão, esse texto foi forte hein!
Muito bom!
Bjs
Ca

Anônimo disse...

Oi irmão, esse texto foi forte hein!
Muito bom!
Bjs
Ca