sábado, 21 de julho de 2012

Crônicas de um Tumor (D18)

Genial!

               
                Muitas coisas estão acontecendo nesses últimos meses desde que fui diagnosticado com o tumor. De Brusque voltei para casa em Joinville, de Joinville fui para Brasília, de Brasília voltei para casa recentemente em Piçarras. Bastante para quem retirou um testículo, acompanhou o regresso do câncer, depois o progresso e atualmente a quimioterapia. Complexo? É um pouco.  Napoleão esclarece. “Há ladrões que não se castigam, mas que nos roubam o mais precioso: o tempo”.  

                 O ladrão que me assaltou tem nome, sobrenome, uma ficha extensa e apesar de levar parte do meu tempo, este marginal esqueceu algo ainda mais valioso. A paciência. Esse se ele quiser eu até dou um pouco para experimentar. E pelo que eu conheço deste malandro, logo, logo ele se entrega. Só não sei se para o próprio tempo que roubou ou para a paciência que perdeu de levar. 

                Falando em paciência. Recebi da minha irmã um texto muito interessante sobre este tema e um dos trechos descrevia o seguinte: “Considere quantas coisas difíceis seriam muito menos difíceis com apenas um pouco de paciência. Obviamente que é importante ter um senso de urgência, porém, também é igualmente importante exercer equilíbrio advindo de uma disciplinada paciência” (Richard Avedon). Tenha paciência, falava minha mãe quando eu aprontava alguma travessura. Coisas da vida. Ou não.

                Tempo e paciência. Um não para, o outro sempre arruma um jeito de esperar um pouco mais. Um segue uma rotina diária, o outro observa para ver o que vai acontecer. Um te avisa à hora certa de começar, o outro te avisa quando parar. Um gira em torno Sol, o outro gosta de apreciar a Lua. A única coisa que os aproxima é quando o tempo pede um pouco mais de paciência. Perda de tempo. Portanto, a dica de hoje para uma vida mais interessante é arrumar tempo para não perder a paciência.


               
                  

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